Deputados de oposição protestam contra aumento da inflação

Deputados da oposição realizaram nessa quarta-feira uma manifestação no Plenário e no Salão Verde da Câmara em protesto contra o aumento da inflação. Com faixas e carrinhos de supermercado contendo tomates, cebolas e batatas, parlamentares do DEM alertaram sobre a alta no preço dos alimentos, de acordo com informações da Agência Câmara Notícias.

"Há três anos, a cesta básica tinha um percentual, no salário mínimo, que oscilava de 15% a 18%, às vezes chegando a 22%. Hoje, essa mesma cesta básica atinge 45%", disse o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO).

Caiado afirmou que o governo não soube aliar uma política de desenvolvimento do Brasil com o controle inflacionário. Por esse motivo, deputados do DEM vão sugerir a realização de uma comissão geral (debate em Plenário) para discutir o aumento da inflação.

O IBGE divulgou nesta quarta que a inflação acumulada em 12 meses chegou a 6,59% e superou o teto da meta definida pelo governo, que deveria ser de 6,5%. Os alimentos subiram mais que o dobro, aproximadamente 13,4%.

Para o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), é necessário ouvir o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante a comissão geral. "O Brasil está parado e, ao mesmo tempo, está com a inflação cada vez maior, afetando o bolso do trabalhador brasileiro. Precisamos discutir isso de forma transparente."

Plano de combate
Já o líder do PT, deputado José Guimarães (CE), disse que o governo possui um plano de combate à inflação. Ele minimizou a manifestação do DEM e declarou que a oposição tem o direito de se manifestar.

Guimarães concordou com a realização de uma comissão geral sobre a inflação. "Se for uma discussão de mérito, se não for jogo de cena, tudo bem. Jogo de cena para botar carrinhos e mais carrinhos, nós não vamos fazer isso. Se é para discutir, vamos discutir as questões centrais do País."

O líder do PT também afirmou que, embora a inflação tenha subido além da meta do governo, a política econômica não está comprometida. De acordo com José Guimarães, em 2013, já existem sinais claros de retomada do crescimento com controle da inflação.